terça-feira, 11 de setembro de 2012

Dores


Existem algumas dores que sentimos que são causadas por fatores externos a nós e independentes de nossas ações, mas existem dores que são geradas por nossas atitudes e tenho para minha pessoa que esse tipo de dor venha ser a que mais corrói a alma.

Eu vou partir minha reflexão de um ponto de vista protestante, mas independente do segmento religioso que você faça parte ou ainda que você não faça parte de nenhum segmento acredito que essa reflexão servirá para você.

Paulo em sua carta aos coríntios escreve em duas oportunidades as seguintes palavras: Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas edificam. 1Co.10:23
Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma. 1Co.6:12

Eu posso com isso entender que em minha vida eu não possuo nenhum tipo de limitação no tocante àquilo que posso fazer, mas que na verdade cabe a minha pessoa verificar se algumas atitudes que tenho edificam minha vida, caráter, moral e se me permitem continuar tendo autonomia de decisão sobre quando continuar ou parar.

A dor na alma daquele que adotou a fé em qualquer segmento religioso que seja é ter entendimento que seu livro de fé (bíblia, alcorão, torá) prevê uma conduta, um padrão e nós por algum motivo não conseguimos segui-lo.

Para aquele que não possui uma confissão de fé é doloroso ter o remorso de transgredir a lei em algum ponto e ser exposto para a sociedade naquilo que esta em falta ou ainda internamente possuir a dor de ter falhado socialmente.

Mas em todos os casos a dor da falha leva a uma tristeza, um sentimento de limitação, a um constrangimento interno que nos remete a nossa falta de força ou caráter de manter uma postura e automaticamente entramos em um ciclo de autodepreciação e começamos assim a nos distanciar da fé para aquele que a possui e para quem não a possui o processo é de achar que não se tem mesmo jeito de ser alguém correto e afundamos em um mar de autodestruição.
É a dor do dependente químico que se segura, mas em um determinado momento acaba mais uma vez “fumando, cheirando, injetando” e assim que o efeito do entorpecente acaba mergulha na mais profunda depressão por mais uma vez ter falhado ou o homem que mais uma vez trai a esposa e quando volta para casa e vê os filhos ou a esposa e se corrói por ser alguém tão baixo, essa é a mesma crise do mentiroso, do ladrão e de todo aquele que não consegue se segurar e sempre mergulha no mar de erros ao qual já se acostumou gerando assim agonia e mais agonia...

Independente do ponto em que você se encontra saiba que em Deus nada esta perdido o Evangelho e os ensinos de Jesus falam sobre a reconstrução do caráter do ser humano e preveem que algumas vezes não conseguiremos viver corretamente.
Paulo ouve de Deus em 2 Corintios 12.9 que o poder de Deus se aperfeiçoa na fraqueza do homem, entenda quando você mais é tentado a errar é que se tem a oportunidade de não se errar, nunca haverá um mundo com condições perfeitas onde você não será exposto ao risco de cair, mas o que vai existir é sempre a oportunidade de se dizer não a aquilo que tem lhe feito mal e mal a aqueles que te cercam.

Deus não irá descer do céu e te tocar com uma varinha magica e você passará a nunca mais vacilar, mas você por si só terá de sentir um outro tipo de dor que a dor da abstinência do erro ou a dor de se ter de lidar com verdade ou ainda de se passar necessidade tendo de se de trabalhar e não roubar para se conseguir sustento, mas em todos esses casos o efeito da dor é amenizado pelo sentimento de satisfação de ter feito o certo e de se estar em paz consigo mesmo...

Ao doce Raboni

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