quarta-feira, 27 de maio de 2009

Repensando minha visão sobre Deus

Atos 17.22 á 33



Quando estamos rodeados de pessoas que expressam algum tipo de inclinação religiosa se torna simplesmente sem propósito perguntar se Deus existe ou se Ele é real e nem é esse o propósito que tenho em mente, pois parto do pré suposto de que Deus existe e é real, mas a indagação que ocorre é na verdade o que é Deus? Ou quem é Deus? Ou ainda como eu me relaciono com Deus e Ele comigo? E quero nesse ensaio tecer uma serie de pensamentos sobre as questões acima e também sobre outras que surgirão a medida que formos nos aprofundando nesse pensamento.
Quando Paulo discursa no areópago, ele oferece a aqueles homens uma visão sobre Deus que simplesmente aqueles homens nunca cogitaram e suas palavras com toda certeza provocaram arrepios naqueles homens que tinham em suas mentes uma visão de Deus bem diferente da apresentada por Paulo.
Em nossos dias infelizmente a grande parte das pessoas que estão nas igrejas cristãs tem uma visão de Deus muito contaminada pelo helenismo (cultura grega) e por uma serie de serias distorções que a igreja ao longo dos anos trouxe a respeito de Deus e de seu relacionamento com a humanidade.
Num primeiro momento quero trazer a mente a visão que os helênicos tinham sobre Deus e assim então aplicar essa visão a como hoje grande parte dos cristãos enxergam Deus.

Deus no imaginário Grego:

Deus é um ser impassível, imutável, indiferente os gregos vão dizer Deus é o organizador do cosmo ou seja por traz de toda ordem existente a uma divindade controladora.
Os gregos tem Deus como um ser sem carência alguma, tão absoluto que nada pode afeta-lo e esse pensamento se impregnou tão forte no imaginário que
Justino um dos pais da Igreja, dizia que Deus é impassível e imutável.
Assim temos o conceito de uma apatia divina( apatheia, em grego) que segundo Paulo Roberto Gomes se traduz em fisicamente = imutabilidade, psiquicamente = insensibilidade, eticamente = liberdade.

A filosofia grega tem como inadequado um Deus mutável, plural, relacional e sensível ao sofrimento, segundo os grego o divino tem de ser impassível caso contrario não seria divino, imóvel, uno e auto-suficiente, tornando-se oposto ao mundo móvel sofredor e disperso.

Os deuses do panteão grego sempre foram conhecidos por interagirem com os mortais de forma implacável e interesseira sem levar em conta liberdade, dignidade, nem nada concernente ao seres humanos assim sendo eles (os gregos) tem uma visão que indiretamente muitas correntes cristãs abraçaram sem fazer o menor filtro e dizem ser isso a correta visão de Deus e eu quero propor repensar pilares do pensamento grego:

1. Onipotência do deus grego:

É a concentração em um único ser de um poder dominador capaz de subjugar os demais seres inferiores pela força de seu braço independente da vontade do ser humano onde não existe por parte do homem opção de escolha.
Quando eu encaro Deus como um rei tirano que em sua força fará o homem fazer o que Ele independente da vontade do próprio homem quer eu creio em um deus grego.Visto que conceitos como livre arbítrio e amor foram deixados de lado em nome da vontade de um deus tirano que por força se fará valer sua vontade.

2. Vontade permissiva e soberana:

Esse conceito é extremamente comum e antigo o deus grego permite aos homens fazerem o que querem desde que não interfiram no plano dele logo assim sendo esse deus marioneta como um titre ( pessoa que controla os marionetes) os homens sendo que realmente não existe liberdade. Quando eu acredito que Deus tem uma vontade permissiva e outra soberana logo eu creio em um deus grego.

3. Destino traçado:

Quando nasce ao homem é dado já pelo deus grego um destino traçado onde este vai ser ou não bem sucedido em sua vida conforme o humor do deus grego ao criá-lo e esse conceito aplicado ao cristianismo se torna bem complexo pois se eu creio que está tudo escrito, que o homem já nasce com um destino pronto logo tenho que aceitar que deus faz acepção de pessoas e as que ele não gosta lança no inferno e que a cruz não era para todos e que ele faz panelinha e que liberdade, livre arbítrio, fé, responsabilidade, amor, são inúteis, pois afinal já esta tudo escrito.

4. Beneficio de um povo em detrimento de outro

O deus grego quando agradado pode favorecer um povo em detrimento de outro povo sem levar em conta a vida humana amaldiçoando uns em benefícios de outros, se eu acredito numa teologia racista que diz a África é amaldiçoada por deus ou que deus vai fazer chover só na horta do crente eu acredito em um deus grego

Quando eu creio em um deus grego eu compreendo mal ou simplesmente não compreendo a fé e formo uma visão parcial de Deus e isso me leva a um processo ainda mais critico que é o processo de transformar Deus em um ídolo.

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